Comecei a observar algumas peculiaridades do nosso cotidiano, depois de perceber com que tamanha persistência o vendedor de doces perambulava de um lado para o outro indagando às pessoas: “vai uma cocada aí? Ele caminhava até a outra esquina, voltava e perguntava novamente: “vai uma cocada aí?”. Foi nesse momento que me veio à cabeça: quantas vezes vou ter que falar que não quero? Quem já passou por isso sabe o que digo.
Mais adiante, tem uma senhora que vende quase de tudo em sua barraca, e a cada dia ela me dá um susto. Parece que ela espera eu passar por ali para gritar: “oh o vale”, (pra quem não sabe, ela se refere ao vale-transporte). Será possível que até isso ela vende?
Já, quando entro no ônibus olho para o motorista, pronto para dar “bom dia” e ele nem sequer levanta a cabeça. O cobrador? Mesma coisa! Com algumas ressalvas...
Tem também aquelas pessoas que passam entregando um papel pedindo doações, às vezes vem escrito: “aceito vale-transporte” (olha ele de novo), ou ainda “pode ser qualquer quantia”. E vendo tal pessoa saindo com o bolso cheio de trocados, logo penso o inevitável: desse jeito é fácil, se aproveitando da generosidade das pessoas. É lógico que há aqueles que realmente precisam, mas vai saber...
Ainda há aqueles que entram no ônibus num ponto pra descer no próximo. Sei lá, talvez tenham tido um insight, ou um aviso do além dizendo que só se pode percorrer cinqüenta metros dentro de um ônibus. Já vi também, a pessoa subir no ônibus, passar a roleta e descer,com ele ainda parado. Acho que só queria ver como é um por dentro...
Vai saber....!
by Fábio Dal Bello
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